sábado, 17 de setembro de 2011

uma voz literária

Mes chers amis,

Em minhas andanças reparei em vozes parecidas com a minha.
Eram vozes que acreditam no poder da literatura, de transformar mundos.
Mas mais do que isso, eram vozes que fazem da literatura instrumento transformador de mundo.
Vozes que atentam para o olhar, o olhar que formiga a barriga, pois carrega o que sentimos na hora que ele vem.
Um olhar de enxurrada, de maremoto, um olhar de Turner. Um olhar sublime e inexplicável, que cala a voz amiga, e a corrói por dentro e por fora, até que num ato, num gesto, num riso, num som, num traço, a voz se diz presente, retornando como esse olhar a reviu.
E esse olhar pode ser re-visitado quantas vezes quiser, pois o saber é assim, sem idade, credo, preferências, o saber vem pra cada um como dá, como pode, como é... multifacetado, transcodificado.
Como Barthes, esse prazer esta nos meandros do texto - esse texto que se traduz em mundo, em vida borbulhando plena...
Como Peter Hunt, vale ler como se fosse uma criança. Pois este olhar despretencioso, curioso, malicioso, inventivo, preenche e esvazia nossas caraminholas surgidas com o texto.
E, como Isadora com 3 anos diz: "é assim".